Este é o sentido desta data, tomar consciência que o Senhor de todas as idades, está sempre conosco, especialmente nos momentos atuais de isolamento e riscos de vida. Este Anjo terá um rosto de um filho, de um neto, de um vizinho ou mesmo da pastoral dos idosos, que virá para escutar e socorrer nossas necessidades.
Mas os idosos não são somente destinatários privilegiados do nosso amor e solicitude, senão também portadores e vocacionados a dar um testemunho e viver uma missão. São os depositários da Aliança, nossas raízes e nossa memória viva, sem a qual não seríamos livres e não teríamos futuro. Somente com eles, e com sua contribuição e sabedoria, venceremos a pandemia, vivenciando uma Aliança da vida intergeracional, que inclua a todas as pessoas e todas as criaturas da Terra.
Para edificar o novo normal da pós- pandemia, devemos conjugar e entretecer três pilares: os sonhos, a memória e a oração. De veras, o profeta Joel já anunciara no texto bíblico a seguinte promessa: “Os vossos anciãos terão sonhos e os jovens, terão visões”. Mas, os sonhos como afirmava uma sobrevivente do holocausto, Edith Bruck, estão entrelaçados com a memória, pois recordar é viver, e para viver precisamos sonhar acordados.
Memória que se torna oração e, como no caso do irmão Carlos de Foucauld, gera fraternidade universal e esperança de uma nova humanidade. Que possamos repetir com confiança e, em particular para os mais jovens, as palavras que trazem certeza e firme consolação no Deus que sempre caminha conosco: “Eu estou contigo todos os dias”. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo Diocesano de Campos (RJ) e Vatican News
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