Logo nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, 13 de agosto, uma fila já se formava nas portas de entrada do Santuário Santa Dulce dos Pobres, localizado no Largo de Roma, em Salvador. Homens, mulheres e crianças aguardavam com expectativa e alegria as Missas que seriam celebradas neste dia em que a Igreja celebra a Festa Litúrgica da Santa Dulce dos Pobres. Um por um, por ordem de chegada, os fiéis entraram no templo até o limite máximo permitido, devido a pandemia. “Eu estou aqui desde bem cedido, só aguardando para agradecer a Deus por Santa Dulce, que sempre me ajudou e vai continuar nos ajudando”, disse Maria de Fátima dos Santos.
A primeira Celebração Eucarística aconteceu às 7h, e, a segunda, presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, teve início às 8h30. “Santa Dulce acreditou e viveu esta palavra de Jesus ‘Vinde benditos de meu Pai, recebei como herança o Reino que o Meu Pai vos preparou’. Nós que celebramos com alegria, com louvor a Deus e com ação de graças a festa da Santa Dulce dos Pobres, com certeza, queremos também ter a graça de ouvir de Jesus estas palavras, quando nós concluirmos a nossa missão neste mundo. Das frases da Santa Dulce, cheias de sabedoria e de santidade, há uma que expressa muito bem o que acabamos de ouvir: ‘Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta hoje, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura’”, disse o Cardeal.
Dom Sergio destacou, ainda, que o exemplo de caridade e o testemunho de santidade da Santa Dulce dos Pobres são sempre motivações para que o Evangelho possa ser vivenciado com amor . “Nesse tempo tão difícil que nós temos vivido, marcado pela pandemia, situações de enfermidade, de dor, de luto, de pobreza e de fragilidade, com mais razão ainda, o testemunho da Santa Dulce é extremamente atual, isto é: não se pode celebrar a memória da Santa Dulce sem ter no coração essa disposição de viver como ela viveu o Evangelho, a Palavra de Jesus. Ela é testemunha viva do Evangelho de hoje, na vida da Igreja, daquilo que Jesus ensinou”, afirmou.
Entre os devotos estavam Neide e Gilneide Costa, mãe e filha, que todos os anos se dirigem ao Santuário para agradecer. “Eu a conheci há 37 anos. Ela estava no Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Muitas graças nós recebemos neste hospital”, contou Neide. “Para mim, Santa Dulce é um modelo de santidade, de fé, de coragem e de perseverança. Ela sempre resistiu, mesmo em meio a tantas dificuldades e a tantos sofrimentos, sempre acreditando que Deus é o Deus do impossível”, disse Gilneide, recordando que nesta semana alcançou uma graça: em fevereiro deste ano ela foi diagnosticada com gastrite crônica. Porém, após suplicar a intercessão do Anjo Bom do Brasil, repetiu os exames e o resultado foi negativo.
De acordo com o Cardeal, Santa Dulce dos Pobres viveu a concretização do amor. “Ela não amou somente quem a amava, ou quem já tinha demonstrado amor ou bondade para com ela. Ela amava primeiro quem não podia retribuir materialmente este amor: os mais pobres, os fragilizados, os mais enfermos. Ela acreditou na força do amor, mas não de um amor qualquer, e sim de um amor fundamentado no amor de Deus por nós, que é caridade, que é serviço, que é misericórdia, que é compaixão”, afirmou.
Sobrinha da Santa Dulce dos Pobres e superintendente das OSID, Maria Rita Lopes Pontes destacou o exemplo deixado. “Para todos nós, católicos, mas também para pessoas de outras religiões, Santa Dulce é um grande exemplo de amor, de fé, de caridade e é tudo o que a gente mais precisa nesse tempo. A festa litúrgica dela é o momento de fazermos memória e de lembrarmos o quão importante é o exemplo de santidade deixado por ela”, disse.
Fotos: Sara Gomes/Arquidiocese de Salvador(BA)
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