CORPUS CHRISTI: ADORADORES DO SAGRADO EM TEMPOS CONTEMPORÂNEO

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É com imenso júbilo que nos reunimos para celebrar a Festa de Corpus Christi, uma das solenidades mais sublimes e significativas da nossa fé católica. Este dia nos convida a refletir profundamente sobre o mistério da Eucaristia, presença real e viva de Jesus Cristo entre nós. Em nossa jornada espiritual, é imprescindível manter viva a essência de sermos adoradores do Sagrado, adoradores de Jesus Eucarístico. Hoje, mais do que nunca, somos desafiados a viver e testemunhar nossa fé em um mundo marcado por profundas transformações e incertezas.

A História de Corpus Christi
A origem da festa de Corpus Christi remonta ao século XIII, uma época marcada por um profundo desejo de reafirmar a fé na presença real de Cristo na Eucaristia. A Igreja instituiu esta solenidade em resposta a revelações místicas e ao milagre de Bolsena, ocorrido em 1263. Durante a celebração da Missa, em Bolsena, Itália, um sacerdote que duvidava da transubstanciação viu a hóstia sangrar, evidenciando de maneira miraculosa a presença real de Cristo.

No ano seguinte, o Papa Urbano IV, inspirado pelas visões da Beata Juliana de Cornillon, que insistia na necessidade de uma festa litúrgica em honra ao Santíssimo Sacramento, instituiu a Festa de Corpus Christi para toda a Igreja através da bula “Transiturus de hoc mundo” em 1264. Desde então, essa celebração se tornou uma manifestação pública de fé e adoração à Eucaristia, com procissões solenes e atos de devoção que atravessam os séculos.

A Beleza da Eucaristia e o Significado para os Dias Atuais
Nos dias de hoje, a Festa de Corpus Christi adquire um significado ainda mais profundo diante dos desafios contemporâneos. Vivemos em uma era onde o secularismo e o materialismo ameaçam obscurecer a sacralidade da vida e a presença divina entre nós. Nos últimos anos, em especial, enfrentamos a pandemia de COVID-19, que nos forçou a adaptar nossas práticas de fé. As igrejas fechadas, as Missas transmitidas online e a comunhão espiritual nos desafiaram a encontrar novas maneiras de vivenciar e testemunhar nossa fé.

Essas experiências nos lembraram da importância da Eucaristia como fonte de nossa força e esperança. Mesmo distantes fisicamente, a presença real de Cristo na Eucaristia nos uniu espiritualmente, mostrando que o verdadeiro sentido da comunhão vai além dos espaços físicos. Mais do que nunca, somos chamados a ser católicos adoradores, comprometidos com a adoração eucarística e a vivência do Evangelho.

A Eucaristia, é o “pão vivo descido do céu” (Jo 6,51). Este alimento celestial não é apenas um símbolo, mas a presença real de Cristo, que nos fortalece e nos une como Corpo de Cristo. Em cada celebração eucarística, revivemos o sacrifício redentor de Jesus, renovamos nossa fé e nos comprometemos a viver segundo os seus ensinamentos.

A Necessidade de Ser Adoradores do Sagrado
A adoração eucarística é um convite constante a aprofundar nosso relacionamento com Jesus. Não podemos permitir que a rotina e as distrações do mundo nos afastem dessa essência. Precisamos redescobrir a beleza do silêncio, da contemplação e da oração diante do Santíssimo Sacramento. A Eucaristia é a fonte e o cume da vida cristã, como nos ensina o Concílio Vaticano II.

Ser adoradores do Sagrado é reconhecer nossa total dependência de Deus, é entregar nossas vidas ao serviço do Reino e à missão evangelizadora. É através da adoração eucarística que somos transformados e capacitados a transformar o mundo ao nosso redor. Como nos recorda São Paulo, “não sou eu mais que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Queridos fiéis, ao celebrarmos a Festa de Corpus Christi, somos chamados a renovar nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. Que possamos ser verdadeiros adoradores, testemunhando com nossas vidas a beleza e a santidade deste mistério. Que cada procissão, cada ato de adoração, seja uma declaração pública de nossa fé e um convite para que todos reconheçam a presença amorosa de Cristo entre nós.

Que a Virgem Maria, mulher eucarística por excelência, nos guie e nos ajude a manter nossos corações sempre abertos ao amor de Jesus Eucarístico.(CNBB)

Dom Jailton Oliveira Lino
Bispo de Teixeira de Freitas (BA)

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