O congresso, acrescentou o prelado, quer ser também aquela “voz profética que proclamará a todos que a fraternidade é o único caminho possível para criar e construir um mundo novo”. Ao comentar o tema, o arcebispo sublinhou que não se pode negar que há muitas feridas no mundo; mas – perguntou – como olhar os irmãos e irmãs que sofrem? Daí o convite a refletir sobre se somos capazes de ouvir as vozes daqueles que gritam por suas feridas e curá-las, tornando-nos “missionários eucarísticos” da fraternidade.
O Papa Francisco, recordou dom Espinoza Mateus, nos convida a sonhar como uma só humanidade, “como filhos desta mesma terra que nos acolhe a todos, cada um com a riqueza da sua fé”, cada um com “a sua voz, todos irmãos e irmãs”. Este, destacou, é o significado profundo do congresso. De fato, a Eucaristia leva “a sermos construtores de fraternidade”. O congresso nos tornará plenamente conscientes de sermos “missionários eucarísticos da fraternidade”.
Sucessivamente, o padre Juan Carlos Garzón, secretário-geral do Congresso, sublinhou que o tema evoca a Encíclica Fratelli tutti e coincide com o significado eclesial da Eucaristia, “fonte de comunhão para aqueles que a celebram, com a sua missão de tornar visível a obra de cura de Cristo nas feridas do mundo”. O documento base, disse, foi elaborado pela Comissão Teológica do Congresso Eucarístico e pela Pontifícia Comissão para os Congressos Eucarísticos Internacionais, com o objetivo de destacar “a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja” e “promover o aprofundamento teológico, a renovação espiritual e o bem da Igreja particular”.
Por fim, o monfortino Corrado Maggioni, presidente da Pontifícia Comissão para os Congressos Eucarísticos Internacionais, repercorreu a história destes eventos eclesiais. “A ideia de convocar pessoas de vários países para um congresso para celebrar a Eucaristia e refletir sobre o seu significado eclesial e social – explicou – teve desde o início a intenção de reavivar a consciência de que a presença de Cristo no meio de nós e através de nós é o coração da Igreja e da sua missão”. Na verdade, diz respeito a todas as Igrejas, a todas as paróquias, em todos os países. Com efeito, sublinhou, reunir-se para a Eucaristia, “com sensibilidades, culturas e histórias diferentes, apesar das diferenças linguísticas, talvez com feridas ainda abertas por hostilidades fratricidas”, significa concentrar-se “no único fermento capaz de levedar verdadeiramente a história humana, tornando-a massa nova do Reino dos céus”. O carácter internacional do congresso, destacou, “manifesta a universalidade do Mistério Eucarístico que molda cada batizado, no seu estado de vida, como cada família cristã, comunidade religiosa, paróquia, diocese”.
A cidade de Quito “se enfeitará e ampliará suas tendas para receber, no 53º Congresso Eucarístico, delegações das diversas Igrejas do mundo, especialmente da América Latina”. Entretanto, foi publicada, nesta segunda-feira, a nomeação do cardeal Kevin Farrell como Legado Pontifício para as celebrações em Quito.(L’Osservatore Romano e Vatican News)
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