Comunicar, anunciar, é uma atitude intimamente unida ao ser discípulo, ao ser cristão.
No inicio da atividade apostólica, Jesus envia seus discípulos a anunciar a Boa Noticia. Mesmo assim, depois de dois mil anos na Igreja Católica tem muita gente que não é consciente da importancia de comunicar, de ir ao encontro de um mundo que nem sempre conhece o que é e significa viver a proposta de Jesus de Nazaré.
Ao longo da história a comunicação se tornou um monopólio a serviço dos grupos de poder. Hoje a internet tem possibilitado que essa dinâmica tenha mudado, como bem nos lembra o Papa Francisco na mensagem por ocasião da 51ª Jornada Mundial das Comunicações Sociais, “graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar”. O universo virtual tem mudado o jeito de comunicar, fugindo ao controle dos entes de poder. Daí se faz possível dar a conhecer o que tradicionalmente sempre ficou oculto, bem porque não interessava, bem porque ia contra os interesses predominantes.
Ser Igreja de CEBs nos leva a trazer de volta o jeito de viver a fé das primeiras comunidades cristãs, onde pequenos grupos se tornaram fermento na massa e testemunhas do projeto de Jesus de Nazaré, alguém que sempre se situou do lado dos que estavam fora da sociedade e da própria religião judaica.
Como Igreja de CEBs, comunicar tem que nos levar a fazer visíveis os invisíveis, aqueles que só aparecem na grande mídia quando incomodam quem manda. Na medida em que nosso compromisso como comunicadores vai aumentando, vamos descobrindo que na vida do povo simples, em lugares onde aparentemente não acontece nada importante, existem pessoas comprometidas com o Reino, com um mundo melhor para todos e todas. Não esqueçamos o que os poderosos pensavam do Nazareno, “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”.
Através da comunicação podemos avançar na cultura do encontro e possibilitar que o conhecimento da realidade abra um novo olhar para situações que muitas vezes tem sido vistas como vivencias dotadas de pouco valor. Nem tudo o que alguns dizem ser ruim ou sem importancia, é assim de fato. Cada vez mais a sede por conhecer novos jeitos de vida, diferentes àqueles que tem se imposto socialmente, vai aumentando, o que nos desafia a dar a conhecer essas realidades.
A Boa Noticia, sermos testumunhas do Evangelho, nos leva a assumir a “necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas notícias más”, que nos lembra o Papa Francisco. Só assim vamos “ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero”.
Sejamos comprometidos na missão que o Senhor tem nos recomendado a cada um de nós e nunca esqueçamos que só comunicando, vamos anunciar aquilo que da sentido à nossa vida e Aquele que fundamenta nossa existência. Que o rosto das nossas comunidades e das pessoas que nelas vivênciam sua fé nunca se apague por falta de alguém disposto mostrar ao mundo que eles existem e são exemplo de uma Igreja viva e comprometida com o Reino.
Fonte: Cebs do Brasil
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