Bispos da África falam sobre impacto do Sínodo da Sinodalidade no continente

Delegados africanos de alto escalão que participaram das reuniões deste ano do Sínodo da Sinodalidade no Vaticano falaram sobre suas perspectivas sobre a jornada de “caminhar juntos como povo de Deus” e seu impacto na vida da Igreja na África.

O arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo, dom Fridolin cardeal Ambongo, presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagascar (SECAM), falou ontem (22) a jornalistas sobre sua satisfação com as negociações sinodais globais deste ano que estão sendo realizadas no Vaticano.

“Devo dizer que estou feliz com o sínodo, que foi convocado para desenvolver uma nova maneira de ser Igreja e não para resolver questões específicas que existem na Igreja”, disse Ambongo ontem (22) em entrevista coletiva.

Mas como o Sínodo da Sinodalidade realmente teve impacto na Igreja na África? E como a Igreja na África teve impacto no processo sinodal global, quando proporcionalmente poucos africanos participam da sessão deste mês no Vaticano?

Pequenas comunidades cristãs: uma Igreja de base

O arcebispo de Bamenda, Camarões, dom Andrew Nkea Fuanya, disse aos jornalistas na entrevista coletiva que a sinodalidade é um “sinal escatológico” na Igreja hoje e falou sobre a importância das pequenas comunidades cristãs como “um grande tesouro para a África”.

“Estamos passando por um momento de boom do catolicismo na África”, disse o arcebispo camaronês. “A sinodalidade ganha muita vida nas pequenas comunidades cristãs porque não se vive no anonimato como católico”.

O padre Don Bosco Onyalla, editor-chefe da ACI Africa, agência para a África do grupo ACI, disse à CNA, agência em inglês da EWTN News, que o conceito teológico de sinodalidade em que “as pessoas se reúnem” é uma realidade e tradição que já é vivida entre os católicos em todo o continente.

“Na África, a Igreja foi concebida como um grupo de famílias — as pequenas comunidades cristãs”, disse o padre Onyalla. “A estrutura da Igreja na África é de famílias de base se unindo”.

O padre Onyalla disse também que “a instituição da família” — que se estende além do conceito ocidental de família nuclear — poderia “ser uma fonte de inspiração para outras partes do mundo”.

Comunhão, unidade e reconciliação

Segundo o bispo de Cyangugu, Ruanda, dom Edouard Sinayobye, o processo sinodal lançado pelo papa Francisco para a Igreja universal em 2021 dá os “fundamentos bíblicos e teológicos” para crescer em comunhão e reconciliação com Deus e com os outros.

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