“Obrigado, eu existo; tenho vida!” pode alguém dizer isso celebrando a vida. Portanto, até o final do mês você pode passar comemorando seu aniversário. Ops! Não somente neste mês, mas durante o ano inteiro. Se não deu pra você fazer nenhuma comemoração não se desespere! Faz uma surpresa para seu aniversário, nem falo pra fazer surpresa para mim, pois sou muito displicente neste quesito. Faz, então uma surpresa para seu aniversário e convide seus amigos para a festa. Com toda certeza, se convidado forem, seus irão e ficarão muito gratos àquele que tiver uma brilhante ideia dessa.
Que você seja inspirado a fazer mais comemorações. O povo está todo desesperado pelo tal “coronavírus” porque nunca deram tempo para celebrar a vida, agora com a possibilidade de não mais ter vida, entram neste desespero ateu, frívolo que não imiscui, interfere na vida?
Sempre comemorei a vida. Tanto que tenho consciência que nem vida eu a tenho, mas ela me é entregue a cada segundo pela Bondade. Um Ser tão maravilhoso que não quis me presentear apenas uma vez por todas com a minha vida, Nele este presente da vida me é entregue como um dom a cada segundo. Se eu ficar dez minutos sem respirar eu já morreria, no entanto, sou presenteado por Deus a cada suspiro que eu dou. Por isso, não me canso de celebrar este dom que recebi.
Meus leitores queridos! Escute este coração de pastor, filósofo e poeta que vos ama desde que começou escrever esta reflexão, sem mesmo, porventura lhe conhecer: celebre a vida; experimente o amor derramado sobre sua vida, ao celebrar cada aniversário.
Se ainda, meu querido leitor, estiver um tempo mais para escutar este pobre filósofo, constituído Sacerdote em favor vosso nas coisas que se referem ao Absoluto, quero outra vez vos alentar: não se desespere frente ao declínio de sua vida, seja como for, antes confie que você terá dias melhores. Aliás, cada dia é a possibilidade de um novo recomeço. Segundo Deleuze, Espinosa faz uma denúncia de “todas as falsificações da vida, todos os valores em nome dos quais nós depreciamos a vida: nós não vivemos, mantemos apenas uma aparência de vida, pensamos apenas em evitar a morte e toda a nossa vida é um culto à morte” (Gilles Deleuze. Espinosa: Filosofia Prática. Tradução: Daniel Lins e Fabien Pascal Lins. São Paulo: Escuta, p. 32, 2002).
Fica aqui pra você esta prosa filosófica de cunho teológico. Porque a reflexão da vida parte da filosofia, mas a compreensão da vida, dada pelo Oculto, só se entende com a teologia. Contudo, para valorizar a vida não depende de filosofia e nem mesmo de teologia, senão de cada pessoa que ama sem, no entanto, ser poeta. Só você pode celebrar bem sua vida ao ponto de fazé-la uma eterna comemoração sem se desesperar quando ela, de suas mãos, dar deixas do seu desaparecer, o fenecer natural quando sua vida esvai de si mesmo. Assim, nesta calmaria do meu coração eu concluo: celebre com exagero de amar, sua vida, pois ela é um dom gratuito dado a você. Faça festa com sua vida, ela é o seu grande presente.
Padre Joacir d’Abadia, Filósofo autor de 15 livros e Especialista em Ensino Universitário
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