Qualquer indivíduo bem educado carrega em si o significado de sua cultura. E, por outro lado, reflete sua educação no seu relacionamento com as pessoas. Só basta ter, segundo minha concepção de mundo, apenas um minuto de atenção para observar que a sociedade está carente de educação. Viveriam todos em paz se a sociedade fosse bem educada.
A educação é a aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano; pedagogia, didática, ensino. Deste modo, “Segundo Aristóteles, a educação é fundamental na vida do ser humano, uma vez que desenvolve a segurança e a saúde do Estado. Assim, a educação, para ele, tem por fim a cidade perfeita e o cidadão feliz” (https: //brasilescola.uol. com.br/amp/filosofia/aristoteles-educacao.htm). Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem. Como viver bem numa sociedade em que se vive a cultura da deseducação?
A cultura, segundo Hanna Arendt (1906-1975), sendo a produção do homem e fruto de sua atividade no âmbito social, é essencial aos indivíduos, indispensável à dignidade da pessoa humana e, consequentemente, imperiosa para efetivação dos Direitos Humanos, ou seja, a cultura é condição da existência humana.
A deseducação da cultura culmina na educação que nós estamos recebendo. Clamamos por coisas básicas, mas urgentes para que as pessoas possam oferecê-las umas para as outras. A cultura nos ajuda na educação da sociedade com as palavras mágicas: “Bom dia, obrigado, por favor, com licença, desculpe-me, tchau”. Então, diante dessa grande situação, o que se vê é uma sociedade deseducada que precisa voltar para o seus parâmetros de reeducação: educar para os valores.
Essa reeducação para os valores também reflete uma nostalgia em que a sociedade está vivendo: a falta do elogio. Elogiar as pessoas naquilo que elas fazem de melhor.
Se faltar um elogio, logicamente vai faltar à vida dos indivíduos também o encanto pelas coisas que estão à nossa volta.
E o que se deve a toda esta falta de educação da nossa cultura? Será que deve a terceirização da própria educação familiar? Os pais estão terceirizando a educação dos seus filhos: primeiro para a babá; depois para a creche; em seguida para o Jardim de Infância, e por fim, temos uma sociedade que optou terceirizar a educação dos filhos.
Deste resultado, surgem os pais sem autoridade frente aos seus filhos. Não há como exigir alguma formação na educação deste sujeito, uma vez que ele não foi educado. Por isso, terceirizar a educação está tornando a sociedade cada vez mais deseducada. Em síntese, precisamos educar a nossa cultura, principalmente a cultura do relacionamento uns para com os outros.
Padre Joacir d’Abadia, filósofo, autor de 15 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da “Casa do Poeta Brasileiro – Seção Formosa-GO”, Coordenador da Pastoral do Diálogo Inter-Religioso _Contato: (61) 9 9931-5433
Comments
No comment