O Papa rezou com os fiéis na Praça São Pedro a oração do Angelus, comentando o Evangelho deste 15º Domingo do Tempo Comum. O trecho de Marcos (cf. Mc 6,7-13) fala de Jesus que envia seus discípulos em missão “dois a dois”.
Em sua alocução, Francisco se deteve sobre o fato de os discípulos serem enviados juntos e levarem consigo apenas o necessário.
“O Evangelho não é proclamado sozinho, mas em conjunto, como comunidade, e para fazer isso é importante saber preservar a sobriedade”, explicou o Pontífice. É importante saber ser sóbrio no uso das coisas, compartilhando recursos, habilidades e dons, prescindindo do supérfluo, que “escraviza”. Só assim se é livre.
A sobriedade, prosseguiu Francisco, também é necessária nos pensamentos e nos sentimentos, abandonando preconceitos e a rigidez que, como bagagem inútil, pesam e dificultam o caminho, para favorecer, ao invés, o debate e a escuta e, assim, tornar o testemunho mais eficaz.
É o que acontece nas famílias ou comunidades: quando nos contentamos com o necessário, mesmo com pouco, com a ajuda de Deus é possível seguir em frente e se entender, compartilhando o que se tem, todos renunciando a alguma coisa e apoiando-se mutuamente. Para o Pontífice, isso já é um anúncio missionário, antes e até mais do que palavras, porque encarna a beleza da mensagem de Jesus na concretude da vida.
“Uma família ou uma comunidade que vive dessa forma, de fato, cria em torno de si um ambiente rico de amor, no qual é mais fácil abrir-se à fé e à novidade do Evangelho, e do qual se sai melhor e mais sereno.”
Se, ao contrário, cada um segue seu próprio caminho, se o que conta são apenas as coisas – que nunca são suficientes -, se não há escuta, se prevalecem o individualismo e a inveja, que é “mortal, um veneno”, o ar se torna pesado, a vida difícil, e os encontros se tornam mais ocasião de inquietação, tristeza e desânimo do que de alegria.
“Queridos irmãos e irmãs, comunhão e sobriedade são valores importantes para a nossa vida cristã, valores indispensáveis para uma Igreja missionária, em todos os níveis.”
O Papa então convidou os fiéis a se questionarem: sinto prazer em anunciar o Evangelho, de levar, onde vivo, a alegria e a luz que provêm do encontro com o Senhor? Para fazer isso, estou comprometido em caminhar junto com os outros, compartilhando com eles ideias e habilidades, com mente aberta e coração generoso? E finalmente: sei como cultivar um estilo de vida sóbrio e atento às necessidades dos irmãos?
“Que Maria, Rainha dos Apóstolos, ajude-nos a ser verdadeiros discípulos missionários, em comunhão e sobriedade de vida”, concluiu Francisco, concedendo a todos a sua bênção apostólica.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
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