Dom André Dumas, bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne, disse nesta quarta-feira que, depois do grave terremoto de 7.2 graus no sábado, 14 de agosto, os sacerdotes da sua diocese estão constantemente atendendo às pessoas para mostrar que “Deus não abandona seu povo”.
Em declarações à Vatican News, no dia 18 de agosto, o bispo disse que, “apesar de tudo, os sacerdotes estão presentes: acompanham os fiéis e procuram resolver suas necessidades. Eles estão entre as pessoas para provar que Deus não abandonou o seu povo”.
O terremoto do sábado deixou até agora 1,94 mil mortos e 9,9 mil feridos, além de muitos danos materiais. A situação pode agravar-se com a chegada da tormenta Grace.
Dom Dumas contou que os sacerdotes da diocese e as religiosas oferecem toda a ajuda possível. Segundo ele, “o acompanhamento dos meus presbíteros e das religiosas é constante”. “Os momentos de solidariedade se alternam com momentos de oração. Além disso, os poucos bens de primeira necessidade que nossa Igreja local recebeu foram imediatamente compartilhados”, disse o bispo.
A situação na região é muito complicada, considerando que 7 em cada 10 casas ficaram destruídas e muitas igrejas também colapsaram.
“Verificamos e constatamos que já não temos mais da metade das igrejas”, lamentou o bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne, uma das zonas mais afetadas pelo terremoto.
“É um momento difícil, de provação, que devemos viver com muita fé. É também um momento em que devemos intervir estando perto e escutando as necessidades das pessoas”, disse o prelado.
“Ainda não temos contato com as pessoas que vivem na montanha ou nas áreas isoladas. As pessoas agora precisam de tudo, especialmente água. Por isso estamos pedindo ajuda a outros países”, disse Dom Dumas.
Vatican News também publicou um comunicado do arcebispo de Porto Príncipe, Dom Max Leroy Mésidor, que pediu às quadrilhas na capital haitiana que deponham as armas “de uma vez por todas” e “se solidarizem com a dor alheia, facilitando a passagem das ajudas” que são enviadas aos departamentos do sudoeste atingidos pelo terremoto.
Durante muitos anos, Porto Príncipe se caracterizou pela violência e pela insegurança, o que se agravou nos últimos meses devido à crise política e ao assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 7 de julho passado.
O arcebispo também disse que, “neste momento de provação, provocado por um acontecimento tão devastador como mortal, nos entristecemos pela destruição da nossa infraestrutura, que já era escassa, e pela perda de tantas vidas humanas”.
Dom Mésidor elevou uma oração para que a Virgem Maria da Assunção interceda pelo Haiti e para que Deus dê a “força de seu Espírito” às pessoas mais afetadas.
Nesta quarta-feira, o bispo de Les Cayes, cardeal Chibly Langlois, enviou uma mensagem falando da importância da oração e da solidariedade para superar a devastação que este terremoto deixou, 11 anos após o terremoto de janeiro de 2010, que resultou em 300 mil mortos.
Após o terremoto de sábado, o primeiro-ministro Ariel Henry declarou o estado de emergência em um país que já sofre uma grave crise política, econômica e social.
A Caritas lançou o alerta pela falta de alimentos e água no Haiti, enquanto a Conferência Episcopal Italiana decidiu enviar um milhão de euros em ajudas para os atingidos.(ACI)
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