Em entrevista, a idealizadora da Escola para Educação Feminina (EVAVE), Fabiane da Cruz, destaca que o modelo de fé desta santa contribui para a compreensão da atitude da mulher cristã.
Nesta quinta-feira (22/07), a Igreja Católica faz memória à Santa Maria Madalena. Devido aos relatos do Evangelho segundo São João (20, 1- 18), ela é conhecida popularmente como a primeira testemunha da ressurreição de Cristo e, por causa de sua abertura à conversão de vida, é venerada como a padroeira dos pecadores arrependidos.
Em 2006, durante o momento do Angelus, o Papa Emérito, Bento XVI, destacou que a vivência desta Santa é a definição do que realmente é ser discípulo de Jesus. “A história de Maria Madalena recorda a todos uma verdade fundamental: discípulo de Cristo é aquele que, na experiência da debilidade humana, teve a humildade de lhe pedir ajuda, foi por Ele curado e se pôs no seu seguimento de perto, tornando-se testemunha do poder do seu amor misericordioso, mais forte do que o pecado e a morte”.
O caminho de discipulado de Maria Madalena é encontrado em alguns trechos ao longo das narrativas dos quatro Evangelistas das Sagradas Escrituras, entretanto, ela apenas foi reconhecida como Santa no ano de 2016, ao ser mencionada como tal pelo Santo Padre, o Papa Francisco, na ocasião do Jubileu da Misericórdia. Neste contexto, foi acolhida com totalidade a nomeação dada por Rabano Mauro e São Tomás de Aquino em que a discípula fiel de Cristo pode ser tratada como “Apostola Apostolurum” (Apóstola dos Apóstolos), além de ter sua festa litúrgica inserida no Calendário Romano Geral.
Para a missionária e idealizadora da Escola para Educação Feminina (EVAVE), Fabiane da Cruz, essa atitude é um passo para destacar o papel da mulher na vida e missão da Igreja. “Ao elevar a celebração de Santa Maria Madalena ao grau de festa sendo ela a única mulher celebrada no Calendário Geral Romano, além de Nossa Senhora, pode ser um desvelar, ‘tirar o véu’, para destacar o papel da mulher na vida e missão da igreja. Afinal, Jesus aparece primeiro a uma mulher — Maria Madalena — e a manda anunciar aos apóstolos que Ele está vivo.”, afirmou.
Fabiane, também, acrescenta que o modelo de fé de Santa Maria Madalena contribui para a compreensão da atitude da mulher cristã como seguidora de Cristo.
Inspirarmos nessa grande mulher que viveu seu encontro pessoal com Jesus, é compreender o nosso ponto de partida. A saber estar aos pés do Senhor, se voltar para Ele, para a partir dEle reconstruirmos tudo o que está fragmentado dentro e fora de nós. A mulher que ocupa o lugar da oração de forma dócil e livre, se levanta como autêntica testemunha da misericórdia e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.”.
A tradição popular considera que Santa Maria Madalena é supostamente mencionada como a pecadora que os fariseus queriam apedrejar (Lc 7, 37-50), contudo, não há comprovações evidentes que seja ela. Porém, sua mudança de vida é precisamente narrada pelo evangelista São Lucas (Lc 8, 1-2), onde é exposto que sua decisão de seguir Jesus foi após o mesmo tê-la libertado de sete demônios. Neste contexto, Fabiane sintetiza Santa Maria Madalena como aquela que fez a melhor escolha. “Ela, seguidora de Jesus, alma apaixonada, e que sempre escolheu a melhor parte estar aos pés do Senhor.”, finalizou.
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