“Nós ficamos muito surpresos e agradecidos pela solidariedade, existe muita solidariedade em Manaus, existe muita solidariedade no Amazonas, existe muita solidariedade no Brasil, existe muita solidariedade internacional”, afirma dom Leonardo”.
“O Papa Francisco também tem sido solidário com a Amazônia”, disse o arcebispo. “É por isso que, em nome da “Arquidiocese de Manaus, mas também dos bispos do Regional Norte 1 da CNBB, dos bispos de Roraima e do Amazonas”, dom Leonardo diz que “somos profundamente agradecidos ao Papa Francisco pela solidariedade dele. Esse amor paterno pela Amazônia, pelos povos da Amazônia”.
Na audiência desta quarta-feira, o Papa Francisco, dizia que “nestes dias a minha oração por quantos sofrem com a pandemia, de modo especial em Manaus”. Junto com isso, nesta semana, o Santo Padre enviou uma importante ajuda econômica para as dioceses e prelazias que formam o Regional Norte 1 da CNBB. Nas palavras do arcebispo de Manaus, o Papa Francisco, “nesse momento da segunda onda da pandemia, está se fazendo presente pela oração, mas também com a doação, com a qual adquirirmos oxigênio e também poderemos atender melhor os nossos irmãos que vivem nas nossas ruas e os nossos migrantes”.
Dom Leonardo, em nome dos seus irmãos bispos, afirma: “nós queremos agradecer ao Santo Padre por esse gesto de solidariedade, eu diria um gesto de consolo”. Para o arcebispo da capital do Estado do Amazonas, “é uma maneira dele estar presente no meio de nós. E essa presença do Santo Padre nos ajuda, nos anima, para continuarmos no atendimento e na presença junto aos nossos irmãos que mais sofrem”.
Para dom Leonardo o gesto do Papa Francisco é importante, mas também são importantes “os pequenos gestos, as pequenas contribuições”, de tantas pessoas anônimas nos últimos dias. Nessa solidariedade, segundo dom Leonardo, “nós percebemos como nós formamos uma grande fraternidade, e como gostamos de nos ajudar e de nos consolar através desses pequenos gestos”.
O arcebispo disse ainda que “não podemos esquecer que não existe na Amazônia apenas Manaus, existem outras cidades”. Em referência a isso, ele afirma que “nós temos noticias recentes, vindas através dos irmãos bispos, que lá também as pessoas estão vindo a óbito por falta de oxigênio”. Nesta terça-feira, na cidade de Coari – AM, faleceram 7 pessoas por falta de oxigênio, uma situação que tem provocado “repúdio e indignação” na Igreja local, que emitiu uma “Nota de pesar e de oração”, assinada por Dom Marcos Piatek, onde exige responsabilidades diante do “descaso com a saúde pública”.
O arcebispo de Manaus lembra ainda que “o drama é tão grande que estão sendo levadas pessoas do Amazonas para outros estados pela falta de UTIs, pela falta de oxigênio”. Segundo ele, “a lista de pessoas na espera para serem internadas é grande, e também é grande a lista de pessoas para serem transportadas para outros estados”. A situação que está sendo vivida em Manaus, que “nós esperamos que esse momento possa passar”, – segundo dom Leonardo – , “deve provocar uma reflexão e que sejam tomadas as medidas cabíveis no restante do país, afirmando que “talvez seja bom que outras regiões do Brasil estejam preparadas para uma segunda onda”.
Suspensão de encontros
A Arquidiocese de Manaus emitiu este 20 de janeiro um decreto que prorroga a suspensão de encontros e reuniões de caráter pastoral e das Missas e Celebrações da Palavra, que continuam sem a participação da comunidade, sendo transmitidas em redes sociais até 20 de fevereiro. Na nota, assinada pelo arcebispo, afirma-se que a medida é uma consequência do “colapso do sistema de saúde na nossa cidade e em todo o Estado”, que Dom Leonardo define como “um quadro dramático que feriu profundamente o nosso povo”, denunciando a ação do poder público, “ineficiente diante de um quadro de tanta gravidade”, o que tem colocado “em jogo a vida de centenas de pessoas e muitas se perderam”.
A nota também enfatiza a aprovação das vacinas, que no Brasil ocorreu este domingo, 17 de janeiro, algo que é visto como um estímulo, exortando “nossos fiéis e toda a sociedade a acompanharmos com atenção os programas de imunização, nos dispondo a sermos vacinados”. Segundo a nota, “uma questão ética, é uma questão de solidariedade, é uma questão de cuidado conosco e com os outros”, que deve nos levar a não se deixar levar por notícias falsas que “já nos causaram perdas dolorosas”. O texto, depois de estabelecer orientações concretas a serem seguidas, apela a um “serviço de escuta às pessoas machucadas” pela pandemia. Juntamente com isto, apela à unidade e solidariedade, para permanecer alicerçados na esperança, tendo consciência de que “não estamos sozinhos, Deus nunca nos abandonou”.
Por: Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB e Vatican News
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