A Secretaria de Estado do Vaticano não administrará mais o dinheiro da Igreja

Na Carta do Papa ao Cardeal Parolin, o Pontífice pede que se desfaça “o mais rápido possível” do fundo Centurion, que afetou a reputação da Igreja.

A Secretaria de Estado do Vaticano não vai mais gerir o dinheiro da Igreja; apenas o necessário para seu funcionamento. Isso é o que se deduz do que foi dito por Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa do Vaticano. Os fundos que eram geridos pela Secretaria de Estado passam a ser geridos pela Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA).

Ontem, quarta-feira, o Papa Francisco presidiu uma reunião na qual participaram o Secretário de Estado, Cardeal Parolin, o substituto da Secretaria de Estado, Dom Edgar Peña; o Secretário-Geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Dom Fernando Vergez; o Presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA), Dom Nunzio Galantino; e o Prefeito da Secretaria para Economia (SPE), o jesuíta Pe. Juan Antonio Guerrero.

O tema da reunião foi a implementação do que o Papa tinha solicitado em uma carta dirigida ao Cardeal Parolin em 25 de agosto passado sobre estes assuntos.

“Na mesma reunião – disse Bruni – o Papa criou a ‘Comissão de passagem e controle’, que entra em funcionamento com efeito imediato, para levar a cabo, nos próximos três meses, as disposições contidas na carta dirigida ao Secretário de Estado”. A Comissão é constituída pelo Substituto da Secretaria de Estado, pelo Presidente da APSA e pelo Prefeito da Secretaria para a Economia.

A carta do Papa

Francisco expressou em seu texto de 25 de agosto que “a Secretaria de Estado é sem dúvida o Dicastério que mais estreita e diretamente apoia a ação” do Papa “na sua missão, representando um ponto de referência essencial na vida da Cúria e dos Dicastérios que dela fazem parte”. Contudo, não parece necessário nem oportuno que a Secretaria de Estado desempenhe todas as funções que já são atribuídas a outras dependências da Cúria.

Não apenas os fundos financeiros, mas também os patrimônios imobiliários são transferidos para a APSA. Entre esses patrimônios imobiliários está incluída – e é mencionada na Carta do Papa – a propriedade em 60, Sloane Avenue, em Londres, que tem causado tanta dor de cabeça à Cúria. A Carta também menciona o famoso fundo Centurión, “do qual é preciso sair o mais rapidamente possível, ou pelo menos dispor deles de maneira que se eliminem todos os riscos de reputação”.

Uma comissão aprovará o fundo que se destina a “assuntos confidenciais”

A partir de agora, a Secretaria de Estado funcionará “através de um orçamento aprovado pelos mecanismos habituais, com os procedimentos próprios exigidos a qualquer departamento, exceto no que diz respeito aos assuntos confidenciais que estão sujeitos a sigilo, aprovados pelo Comissão designada para esta finalidade ”.

Esta comissão, chamada de assuntos reservados, é composta pelo cardeal Kevin Farrell; por Dom Filippo Iannon que atua como secretário, e também são membros Dom Fernando Vérgez Alzaga, Dom Nunzio Galantino e Pe. Juan Antonio Guerrero. Eles determinarão, caso a caso, quais os atos econômicos que devem ser mantidos em sigilo.

A supervisão de todo o fundo será responsabilidade da Secretaria para a Economia.

Com informações de Vatican News

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