A Procissão do Encontro aconteceu na paróquia Santa Rita de Cássia, nesta quarta-feira, 17 de abril. Dentro da Semana Santa, também chamada de “A Grande Semana”, em muitas paróquias, especialmente realizam-se a famosa “Procissão do Encontro” entre o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Na Igreja matriz de Santa Rita de Cássia situada no bairro São Caetano na cidade de Itabuna (BA), não foi diferente.
A Procissão do Encontro aconteceu às 19h. Logo após a caminhada de fé e devoção foi realizada a santa eucaristia.
Os homens saíram da comunidade São Francisco de Assis do bairro Banco Raso, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e as mulheres saíram da Comunidade Santa Luzia do bairro Carlos Silva com Nossa Senhora das Dores. Aconteceu então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho na praça
Simão Fiterman do bairro São Caetano. O padre, então, proclamou o célebre Sermão das Sete Palavras, que na verdade são sete frases:
1.Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. (Lc 23,34 a);
2. Hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,43);
3. Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe. (Jo 19,26-27);
4. Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?! (Mc 15,34);
5. Tenho sede. (Jo 19,28 b);
6. Tudo está consumado. (Jo 19,30 a);
7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. (Lc 23,46 b).
Em seguida, seguiram em procissão para a Igreja, onde aconteceu a santa missa com a presidência do Pe. Frei Genilton e concelebrada pelos confrades Pe. Frei Carlos Inácio e o Pe. Frei Anailton Brito, às 19h30.
O sacerdote, diante das imagens, faz uma reflexão com estas frases, chamando o povo à conversão e à penitência. O silêncio é grande, já que a imagem de Nosso Senhor dos Passos mostra-o com a cruz às costas.
A expressão dos rostos das imagens é de dor e sofrimento. Algumas imagens de Nossa Senhora das Dores mostram-na abraçada a uma espada, lembrando certamente a profecia de Simeão: “Uma espada de dor te traspassará a alma”.
ENTENDA O SENTIDO DESSE ENCONTRO:
A Santíssima Virgem Maria teve vários encontros com Jesus, mas este era preferível que não acontecesse. A Mãe, cheia de dor, vai ao encontro do FILHO que se dirige ao calvário levando às costas um pesado madeiro. Encontro que dispensa palavras, pois fala por si; encontro doloroso que deixa marcas. Sua dor é inigualável. Maria sofre mais ainda por nada poder fazer nesse instante para aliviar o sofrimento de Jesus e também o seu.
Maria renunciou a tudo, até aos direitos sobre seu filho, derivados dos vínculos de sangue. O SIM da Anunciação tinha sido a sua assinatura em branco no plano de Deus. Tinha sido a aceitação incondicional de um mistério que se revelaria a pouco e pouco – e, de casa vez, por meio de um rasgão sangrento – no decurso de sua existência.
Maria ofereceu, generosa e cândida na vontade do Pai, o seu Cristo aos homens.
E deve assistir à destruição do seu presente, executada pelos homens. Maria é, por excelência, a criatura do encontro. “Cheia de graça, foi o lugar de encontro entre Deus e a humanidade”. Na sua pessoa, o homem fugitivo foi, finalmente, alcançado por Deus, que nunca se resignara àquele afastamento.
O encontro ao longo do caminho que leva ao “Lugar da Caveira” não tem outro significado que esta comum consciência de um sacrifício ilimitado.
É o último “sim”. Cristo já pode retomar seu caminho. Melhor, nem se deteve…Nesta quarta-feira santa, Maria ajuda-nos a sermos, também nós, criaturas de encontro. Convence-nos a deixar-nos alcançar por Deus a render-nos a Ele.
Que em nós haja suficiente silêncio para escutar a Sua palavra de salvação e de conversão. Convence-nos desta verdade: só quem encontra Deus é capaz de encontrar verdadeiramente os homens.
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