Monsenhor José Roberto Rodrigues Devellard, cônego Luiz Carlos Vital de Oliveira e monsenhor Manuel Moreira Vieira, párocos, respectivamente, da Paróquia da Ressurreição, em Copacabana, Senhor do Bonfim, na Cidade Alta, em Cordovil, e da Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, foram ordenados sacerdotes há 45 anos, juntos, no dia 14 de setembro de 1973. Na época, tinham 28 anos, com exceção de monsenhor Manuel, que tinha 26 anos.
Até hoje, eles se encontram para comemorar juntos os aniversários de ordenação mais significativos, como o de 40 anos, em 2013, quando passaram a manhã e almoçaram juntos.
Este ano, além das celebrações individuais, nas paróquias em que exercem o ministério, eles também irão concelebrar com o arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta, na Capela do Palácio São Joaquim, no dia 14 de setembro, às 11h.
Monsenhor Devellard e a arte sacra
Monsenhor Devellard, além da paróquia que conduz, é diretor artístico do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra (Maas) e coordenador da Comissão de Arte Sacra. O surgimento da vocação foi, segundo ele, sem grandes dificuldades: “Fui ao seminário, gostei e fiquei. Não tem nenhuma história complicada”, disse.
Ele também dá aulas no Seminário São José: “Assim, sinto que posso retribuir aquilo que recebi de lá por tantos anos”.
Após sua ordenação, deu aulas no seminário, juntamente com padre Manuel, e, em seguida, foi atuar em uma paróquia em Lins de Vasconcelos. Depois, foi estudar arte sacra e teologia, em Roma. Assim, pôde dar continuidade a algo que já era uma paixão.
“No seminário, havia muitos professores que nos incentivavam a conhecer e vivenciar a arte. E foi uma coisa que sempre gostei e até hoje gosto muito”, contou.
Ele é muito devoto de Nossa Senhora e contou que sua devoção teve início quando entrou para o seminário, porque ganhou, de sua catequista, uma imagem de Nossa Senhora das Graças, e guarda até hoje. Segundo ele, no seminário, também há um grande incentivo à devoção mariana e existem grupos voltados para isso. Foi assim que seu amor foi crescendo ainda mais.
“Quando cheguei ao Lins, coloquei uma imagem de Nossa Senhora dentro da igreja. E na Ressurreição, levei um susto, porque só tinha uma imagem d’Ela, na Capela do Santíssimo. Atualmente, há várias! Acho até que exagerei, mas prefiro exagerar a me omitir. Porque é uma devoção muito grande. Nunca deixei imagem sem flores. Eu mesmo vou à Cadeg para comprar as flores para Ela”, contou.
Para ele, ser padre é viver a missão que Jesus confiou aos sacerdotes e levar Deus aos lugares aonde se vai.
Cônego Luiz Carlos, o agregador
“É difícil reunir todos sempre. Mas quando fizermos 50 anos de ordenação, mandarei uma carta para o Papa Francisco, pedindo para ele obrigar meus colegas a comemorarem a data comigo”, brincou ele, que sempre faz questão de reunir os amigos de turma, para celebrar o aniversário de ordenação. “Tem anos que conseguimos nos reunir. Quando fizemos 40 anos, reunimos a turma toda na Paróquia da Ressurreição, do padre José Roberto. Passamos a manhã e almoçamos juntos”, recordou.
O diretor conselheiro da Casa do Padre e pároco da Paróquia Senhor do Bonfim, cônego Luiz Carlos, contou que a vontade de ser padre veio desde a infância. “Quando eu era garoto, sempre dizia ‘vou ser padre’, mas depois desisti. Tinha 12 para 13 anos quando estava em minha casa, em Bangu, e fiquei com um pensamento na cabeça: ‘Por que não vou mais ser padre, se antigamente era tudo o que eu queria? Eu vou ser padre, sim!’. Falei com minha mãe e fui até o Seminário Arquidiocesano de São José. Ela não acreditou, mas ingressei”, contou ele, que passou 14 anos na formação, e sente muita saudade daquele tempo. “Pelo fato de permanecermos muito tempo no seminário, isso nos fazia criar atividades que geravam um ambiente de família entre nós. Nas férias, em Itaipava, era maravilhoso, em todos os sentidos. Eram momentos únicos. Líamos muito, faziamos retiros, subiamos aquelas montanhas, aproveitávamos, também, para colocar as leituras em dia; até fazíamos disputa de quem lia mais. Foi uma experiência excelente. Se eu tivesse que repetir, faria tudo de novo”, disse.
Monsenhor Manuel e a humildade
Uma pessoa séria, correta e acolhedor. Esse é monsenhor Manuel, segundo relatos de pessoas que trabalham com ele. Está sempre ocupado com os afazeres da paróquia. Quando questionado sobre as dificuldades do sacerdócio, brincou: “A caminhada sacerdotal não tem dificuldades, só alegrias” (risos).
Desde sua ordenação, atuou no seminário, dando aulas, junto ao monsenhor Devellard. Foi pároco de paróquias em Realengo, Anchieta, Leblon e no Alto da Boa Vista. Foi ainda capelão da Paróquia Nossa Senhora da Glória, no Outeiro. “Durante esse tempo, sempre fiz algum trabalho diretamente ligado à arquidiocese, a serviço do conjunto da Igreja do Rio. A missão não é paroquial, mas de serviço à Igreja, onde ela precisar”, afirmou.
Além de pároco da Paróquia Nossa Senhora da Paz, ele também é membro do Colégio de Consultores, do Conselho de Assuntos Econômicos e da Comissão Arquidiocesana para a Doutrina da Fé, além de presidente do Cabido Arquidiocesano e assessor administrativo do Seminário de São José.
Segundo ele, há três condições que favorecem muito o surgimento de vocações: família católica, testemunho sacerdotal e trabalho vocacional. “O resto, Deus faz”, afirmou.
E ele tinha todas elas quando descobriu sua vocação. “Sempre convivi com a possibilidade de ser padre. Minha família é católica praticante, educou-me na prática religiosa, fui coroinha, entre outras coisas. Até que chegou o dia em que o padre da minha paróquia perguntou se eu gostaria de ser padre”, contou ele, que começou ali sua caminhada rumo ao sacerdócio.
Informações:Arquidiocese do Rio de Janeiro
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