Parte da manhã do segundo dia de reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi dedicada ao processo a ser desenvolvido para a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelização (DGAE). As atuais diretrizes, que compreendem o período de 2015 a 2019, serão atualizadas na 57ª Assembleia Geral dos Bispos, a ser realizada no próximo ano.
Algumas intervenções vieram no sentido de manter as diretrizes assumidas na Assembleia Geral da CNBB de 2014, quando os prelados decidiram dar continuidade às Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2011-2015, atualizando-as à luz da Exortação apostólica do Papa Francisco sobre a alegria do Evangelho. A continuidade foi motivada pela necessidade de dar prosseguimento ao processo de aplicação do Documento de Aparecida, que é a principal referência das Diretrizes 2011-2015.
Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR) e vice-presidente do regional Sul 2, defendeu a necessidade de atualizar as diretrizes com o enfoque da atuação da Igreja na realidade urbana. O bispo disse ser necessário levar em consideração as reflexões produzidas no XIV Intereclesial de CEBs e sobre o Encontro dos Bispos das Metrópoles. “É muito importante que o documento aprofunde a questão das periferias e, sobretudo, do que estamos chamando de ‘periferias existenciais’. Lá, a Igreja precisa atuar com a caridade e assistência aos mais pobres”, disse.
Eixo aglutinador – Dom João Justino, arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação, também foi favorável a manter as diretrizes não com a ideia de “urgências” mas como pilares constantes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. Para ele, é necessário ter um eixo aglutinador de ações de todos, o que poderia ser “a iniciação à vida cristã”.
Na avaliação de dom Vilson Basso, bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, é necessário investir numa nova metodologia de escuta dos destinatários da ação, a exemplo dos processos de escuta que o Papa Francisco vem fazendo com o processo dos Sínodos.
O arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, lembrou que é importante ter em conta que são diretrizes e não um plano. “Cabe posteriormente às dioceses, organismos e regionais produzirem seus planos pastorais com bases nas diretrizes gerais”, disse. Para ele, é importante que a revisão seja feita a partir de uma avaliação às Comissões Episcopais da CNBB e dioceses.
Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília, disse que será convocada reunião da Equipe Responsável pelo processo de atualização das diretrizes. Esta, com base no material produzido na última assembleia geral da CNBB e nesta reunião do Conselho Permanente, produzirá uma primeira versão do texto que deverá ser apreciada em reunião do Conselho Permanente de março de 2019, antes da próxima assembleia geral.
Fonte:CNBB
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