Antes da oração mariana do Angelus, e dirigindo aos milhares de fiéis e peregrinos vindos da Itália e do mundo, Francisco comentou a liturgia deste domingo nos apresenta, disse, as últimas linhas do discurso missionário no capítulo 10 do Evangelho de Mateus. Nele Jesus dá instruções aos Doze Apóstolos, quando pela primeira vez os envia em missão nas aldeias da Galileia e da Judeia, sublinhando em particular dois aspectos essenciais para a vida do discípulo missionário, disse Francisco:
“O primeiro, que a sua ligação com Jesus é mais forte do que qualquer outro vínculo; o segundo, que o missionário não carrega a si mesmo, mas Jesus, e através d’Ele o amor do Pai celeste. Estes dois aspectos estão relacionadas, porque quanto mais Jesus estiver no centro do coração e da vida do discípulo, tanto mais este discípulo será “transparente” à sua presença”.
“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim …”, diz Jesus no Evangelho. O afecto de um pai, a ternura de uma mãe, a doce amizade entre irmãos e irmãs, explicou o Pontífice, tudo isso, embora seja muito bom e legítimo, não pode ser preferido a Cristo:
“Não porque Ele quer sejamos sem coração e ingratos, muito pelo contrário, mas porque a condição do discipulado exige uma relação prioritária com o Mestre. Poderíamos quase parafrasear o Livro do Génesis: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a Jesus Cristo e os dois serão uma só coisa”.
Quem se deixa atrair neste vínculo de amor e de vida com o Senhor Jesus, prosseguiu o Papa, se torna um seu representante, um seu “embaixador”, sobretudo com a maneira de ser, de viver. A tal ponto que o próprio Jesus, enviando os discípulos em missão, lhes diz: “Quem vos recebe é a mim que recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”, disse ainda Francisco sublinhando que é necessário que as pessoas percebam que para aquele discípulo Jesus é verdadeiramente “o Senhor”, é verdadeiramente o centro, é toda a sua vida:
“Não importa se depois, como qualquer pessoa humana, ele tem as suas limitações e até mesmo os seus erros – desde que tenha a humildade de reconhecê-los -; o importante é que não tenha o coração duplo, mas simples, unido; que não tenha o pé em dois sapatos, mas seja honesto consigo mesmo e com os outros”.
E o Papa falou da experiência dos sacerdotes quando fazem experiência do acolhimento dos fiéis, daquele “copo de água fresca” dado com fé afectuosa, que os ajuda a serem bons sacerdotes, reconhecendo uma natural reciprocidade também na missão:
“Se tu deixares tudo por Jesus, a gente reconhece em ti o Senhor; mas, ao mesmo tempo, te ajuda a te converteres cada dia a Ele, a te renovares e purificares dos compromissos e a vencer as tentações. Quanto mais um sacerdote é próximo ao povo de Deus tanto mais se sentirá próximo a Jesus; e quanto mais um sacerdote é próximo a Jesus tanto mais ele se sentirá próximo ao povo de Deus”.
A Virgem Maria experimentou em primeira pessoa o que significa amar Jesus destacando-se de si, dando um novo significado aos laços familiares, a partir da fé n’Ele, disse Francisco a concluir. Com a sua materna intercessão, que ela nos ajude a sermos livres e alegres missionários do Evangelho.
Após o Angelus Francisco rezou pelas vítimas de manifestações em Venezuela fazendo apelo pelo fim da violência:
“No dia 5 de julho é a festa da Independência da Venezuela. Asseguro a minha oração por esta querida Nação e exprimo a minha proximidade às famílias que perderam os seus filhos nas manifestações. Faço apelo para o fim da violência e para que se encontre uma solução pacífica e democrática para a crise. Nossa Senhora de Coromoto interceda por Venezuela! E todos nós, rezemos à Virgem de Coromoto pelo Venezuela. Ave Maria …”
Em seguida o Papa dirigiu uma saudação a todos, romanos e peregrinos, e em particular saudou os fiéis irlandeses de Belfast e os jovens de Schattdorf (Suíça) que receberam recentemente o Sacramento da Confirmação.
E por último o Santo Padre saudou os vários grupos paroquiais e associações, bem como os participantes na peregrinação de motocicletas de Cardito (Nápoles).
E a todos o Papa desejou um bom domingo pedindo, por favor, para que não esqueçamos de rezar por ele.
Fonte:Rádio Vaticano
Comments
No comment