Em 1942, na Serra d’Aire, no local da Cova da Iria, por inspiração de Nossa Senhora de Fátima, a irmã Ana da Jesus Faria de Amorim, que lançasse os alicerces da sua obra, então “Obra da Divina Providência”, dedicada aos de “maior necessidade”, aos mais pobres dos pobres, “aqueles que noutra parte não encontrassem lugar”.
Diz, então, Ana Amorim que “ao chegarem à Cova da Iria, se dirigiram à capelinha, para junto de Nossa Senhora lhe pedirem luz, força e coragem para a empresa espinhosa e difícil a que se sentiam chamadas a dar inicio”.
Era chegada a hora de Deus e, “em nome da Santíssima Trindade”, simultaneamente, se lançavam as primeiras raízes de uma nova família religiosa na Igreja, reconhecida oficialmente como tal em 25 de Dezembro de 1998. Nesta data, a Fraternidade Franciscana da Divina Providência foi instituída canonicamente, pelo então bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva.
Numa atitude de confiança ilimitada na Divina Providência, a exemplo do fundador da Picolla Casa della Divina Providenza (Turim), S. José Bento Cottolengo, Ana de Jesus Amorim iniciava na Cova da Iria a primeira Obra de Solidariedade Social, em favor dos mais pobres dos pobres. Numa atitude de fidelidade eclesial, a exemplo de S. Francisco de Assis, dirigiu-se à paróquia de Fátima, para falar com o pároco de então, que lhe disse ser muito necessário na Cova da Iria uma obra para crianças, órfãos e pobres. Obra que, pouco depois, Ana iniciava na Moita Redonda e posteriormente evoluiu, por grande impulso do frei Adelino Pereira (OFM), para a hoje denominada Casa do Bom Samaritano.
Entretanto, a irmã Ana, dotada de um coração profundamente eclesial, quis sempre submeter ao prelado da Diocese o projeto que Deus lhe inspirara. Da parte do Bispo de Leiria, D. João Alves Correia da Silva, obteve imediata aprovação oral. A aprovação canónica viria, como é costume, a demorar mais algum tempo.
Em Novembro de 1942, a pedido do pároco de Safara, padre Joaquim Guerreiro Barbas, Ana de Jesus Amorim e suas irmãs companheiras alargavam o seu carisma missionário às terras alentejanas, criando aí uma obra para crianças pobres, acolhendo as pessoas velhinhas e abandonadas, visitando as famílias, ensinando a catequese, levando a misericórdia de Jesus aos mais pequeninos do Reino. Outras comunidades foram abertas, ainda no tempo da irmã Ana de Jesus, sempre com o mesmo ideal de servir os mais pobres dos pobres, sendo instrumentos da Divina Providência.
Já sob o forte impulso do frei Adelino Pereira, em 2002, a Congregação expandiu os seus ramos às terras do Sol Nascente, Timor Loro’Sae, concretizando-se assim outro grande sonho da irmã fundadora: a missão ‘ad Gentes’, dentro do mesmo ideal carismático do serviço da evangelização dos mais pobres. Foram anos de bênção e de revitalização vocacional da Congregação.
Estes 75 anos de existência foram celebrados com as irmãs presentes e futuras em Portugal e em Timor; com todos os destinatários da missão, os mais pobres dos pobres nos quais a irmã Ana de Jesus via “os membros de Cristo”; com os leigos que colaboram numa missão e carisma partilhado; com as Meninas da Casa do Bom Samaritano; com os amigos e benfeitores; com toda a família franciscana e com o Assistente Espiritual da Congregação, frei Isidro Pereira Lamelas.
Fonte: http://www.leiria-fatima.pt
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