8ª edição do Curso Nacional de Fé e Política reúne representantes de vários estados do país

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Desde o dia 19 de janeiro que o Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília (DF), recebe a 8ª edição do Curso Nacional de Fé e Política promovido pelo Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (CEFEP), iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que oferece um serviço à formação política dos cristãos leigos, sob a coordenação da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB. 

Disciplina ministrada durante o curso Nacional de Fé e Política. Crédito: Pedro Bezerra/ DF

Disciplina ministrada durante o curso Nacional de Fé e Política. Crédito: Pedro Bezerra/ DF

O curso tem duração de dois anos, sendo que duas partes presenciais acontecem sempre na segunda quinzena de janeiro. Desta vez, a 8ª edição teve início no dia 19 de janeiro e finalizará no dia 01º de fevereiro, em Brasília. Para essa turma foram registradas quarenta e oito inscrições, com presença de alunos de várias regiões do país, com destaque para um maior número de presentes das regiões Norte e Nordeste.

Segundo o secretário executivo do Centro Nacional de Fé e Política, padre Paulo Adolfo, o foco da iniciativa é capacitar lideranças  que já atuam nos seus territórios para agir na política, nos âmbitos das Pastorais Sociais, nas Organizações de Base e também como multiplicadores das Escolas Locais e mesmo na Política Eleitoral, participando de eleições, ocupando cargos públicos. 

“Este curso ele tem uma importância permanente, inclusive nós temos três papas, o Pio XI, São Paulo VI e Francisco que vão dizer que a Política é a melhor forma de fazer caridade, porque de acordo com eles, é a forma que de fato incide na realidade e tira quem sofre do sofrimento”, disse.  

Participantes do Curso Nacional de Fé e Política. Crédito: Pedro Bezerra/ DF

Participantes do Curso Nacional de Fé e Política. Crédito: Pedro Bezerra/ DF

Neste momento, padre Paulo Adolfo, afirmou que mais do que nunca o país precisa de cristãos atuando na política de acordo com o Evangelho. “Jesus passou grande parte da sua vida agindo nos bastidores, conhecendo a realidade, então a gente precisa também entender essa realidade que é muito mais complexa do que a gente imagina”, apontou.

Além desta etapa presencial, durante o ano o curso terá disciplinas ministradas à distância. Padre Paulo explicou que, para além disso, no primeiro ano acontecem reuniões de dois dias dos alunos com a coordenação do curso por regiões do país. Nessas reuniões são convidados a participar ex-alunos e alunos das escolas locais, que atualmente são mais de oitenta em todas as regiões do país e em quase todos os regionais da CNBB. 

A característica desta turma de 2020/2021 é que ela é formada por pessoas que em sua maioria já atuam na área. “Temos a presença de um Deputado Estadual de Minas Gerais, que já está no terceiro mandato, e temos alguns outros mais jovens ou mais curiosos que estão querendo aprender, mas o perfil é de um pessoal mais engajado e inclusive, por isso, torna o debate, toda a discussão muito mais rica”, apontou padre Paulo Adolfo. 

Para ela, a iniciativa tem sido bastante relevante, principalmente no contexto político vivido. “Lá em Recife eu faço parte da Frente de Evangélicos e Evangélicas pelo Estado de Direito. É uma organização nacional e que tem núcleo em vários Estados do Brasil e esse ano nós estamos pensando justamente em como nos aproximarmos das Igrejas e dos nossos irmãos para que a gente possa falar sobre a relação que a nossa fé cristã tem com a nossa política”, disse. A Ailce Moreira de Melo, da Igreja Evangélica Batista de Coqueiral, em Recife (PE) veio participar do curso. “Chegar aqui nesse curso para mim é primordial, privilégio na verdade, porque eu percebo que a gente tem vários ganhos não só com o conteúdo do curso como também, no meu caso, como eu não sou da religião católica, também consigo trabalhar os valores na prática a partir do convívio ecumênico”, apontou. 

Para ele, o movimento indígena precisa muito de pessoas que conheçam a realidade e que podem contribuir além do conhecimento que obtém nos movimentos. “Essa formação que o CEFEP está nos oferecendo é muito importante para enriquecer mais o conhecimento que a gente tem e contribuir com a nossa formação”, finalizou. Melvino Baniwa, da diocese de São Gabriel da Cachoeira, localizada no Noroeste do Amazonas, é indígena. Veio participar do curso justamente por perceber a necessidade dos povos de sua etnia. “Tendo em vista a necessidade da população indígena, dos ribeirinhos que residem nessa região e até por causa da precariedade em relação às Políticas Públicas, é que eu vim participar do curso. Isso me incentivou bastante na minha vinda para cá, para ter um conhecimento a mais, para que eu possa estar contribuindo com a população de São Gabriel da Cachoeira”, argumentou. 

Entre as disciplinas ministradas no curso estão a relação Fé e Política na Bíblia e nos padres da Igreja; História da Política e da Economia e as grandes etapas do Capitalismo; A legislação eleitoral no Brasil, entre outras.(CNBB)

Acesse o site do Cefep e conheça sua áreas de atuação: http://www.cefep.org.br/

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